Arquivo mensal: janeiro 2013

Sabe o que eu acho sobre Salvador?

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Conforme pesquisa da Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas, a Bahia será um dos destinos mais procurados neste verão, podendo atrair 3,5 milhões de turistas. O verão de Salvador é um dos mais concorridos e, neste embalo, a cidade concorre ao título de uma das sete cidades maravilhosas do mundo, conforme disputa realizada pelo Instituto New7Wonders.

As cotidianas situações desagradáveis que vivemos na capital baiana nos colocam em um dilema: a cidade é repleta de belezas naturais e rico patrimônio histórico-cultural, mas podemos dizer que ela é maravilhosa, tendo em conta o alto nível de degradação?

Compartilhamos a dúvida com os leitores do blog que nos acompanham pelo Facebook*, questionando o que eles pensam sobre a pesquisa do Instituto New7Wonders. Recebemos 57 votos e a maioria mostrou insatisfação com a capital: foram 36 votos na opção “Salvador não merece conquistar o título, considerando sua atual situação”. Nathália Procópio, estudante de Produção Cultural da Universidade Federal da Bahia (Ufba), votou nesta opção e comentou que “se o foco (da pesquisa) fosse o estado da Bahia, concordaria plenamente, mas Salvador tá é longe de ser maravilhosa!”. Já Caio Filipe Varela, estudante de Administração da Ufba, é mais otimista e foi responsável por um dos dois votos que recebeu a opção “Salvador é realmente maravilhosa e deve vencer a votação”. “É extremamente problemática, mas é maravilhosa sim. É uma cidade única”, afirmou. 

Resultado Enquete Sabe o que eu acho - Facebook

*A enquete ficou disponível em nossa página durante 20 dias antes desta publicação.

Vá ao Vila, Velho!

Check-In Vila VerãoPor Milena Anjos

O Amostrão Vila Verão completa neste ano sua 11ª edição. O evento, que acontece durante o mês de janeiro, já se tornou um referencial no calendário de cultura da cidade trazendo uma diversidade de produções a cada semana.

O projeto é realizado pelo Teatro Vila Velha, junto a seus grupos residentes, e recebe o patrocínio da Petrobrás e Governo do Estado da Bahia, através do Fundo de Cultura, além do apoio da Fundação Nacional de Artes. O Amostrão contabiliza ao longo de sua trajetória 569 apresentações para um público de 58.909 pessoas. Em 2013, recebe espetáculos teatrais como “Muvuca”, “Breve Verão”, “Drácula” e “Prometheus- A tragédia do fogo”. Na programação musical terá apresentações das bandas Scambo e Sanbone Pagode Orquestra e de encontros como o Vila do Choro e o Encontro de Compositores. O evento também conta com realizações de oficinas de teatro, musicalização infantil e técnicas.

Realizamos este check-in no dia 19, no espetáculo “Breve Verão”, primeira versão da peça para o projeto “Breve 4 estações”, da Cia Teatro da Queda. “Quais são suas lembranças dos antigos verões? Que música te marcou durante suas férias na praia? Qual foi seu carnaval inesquecível?”, foram as questões que pairavam no teatro. Imersos nesse contexto, os atores rememoram os melhores e mais marcantes verões de suas vidas. À medida que as lembranças vão saltando à mente, eles contracenam e de forma intensa interagem com o público que também é instigado a reviver suas próprias histórias. A diversidade na trilha sonora do espetáculo contribui de forma bastante positiva, vai de Novos Baianos abrilhantando os momentos de nostalgia, passa por figuras marcantes do Carnaval de Salvador como Márcia Freire, Luis Caldas, É o Tchan, Ricardo Chaves, até chegar aos atuais pagodes.

A plateia acompanha o espetáculo no aconchegante Cabaré dos Novos regada de petiscos e bons drinks.

Festival de Verão: faltam novidades e grandes misturas

Por Adriana Santana

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Visão área do evento: o público lotou a Cidade da Música. Foto: Edgard de Souza.

Decidi conhecer o Festival de Verão na minha 4ª estação em Salvador e não saí de casa sem antes aprender as regras de sobrevivência no evento. Optei por vê-lo como o maior festival de música da Bahia, ao invés de lamentar a grade de programação limitada (que, ao invés de misturada, prioriza atrações que circulam pelo axé, pagode, arrocha e sertanejo, ou seja, mais do mesmo). Acompanhei a programação do segundo dia, quinta-feira (17), e o saldo foi positivo.

Ao longo das 14 edições (1999-2012) do festival, passaram mais de 500 shows pela Cidade da Música, como é chamado o espaço criado para abrigar o evento, no Parque de Exposições. Entre eles, grandes artistas internacionais e brasileiros que se apresentaram em Salvador pela primeira vez. Em 2013, os quatro palcos receberam mais de 70 atrações musicais – a diferença é que a maioria ou reside em Salvador ou visita a capital com alguma frequência, ou seja, poderíamos vê-los em outras ocasiões. Mesmo sem novidades, 200 mil pessoas compareceram à festa, considerada a abertura oficial do carnaval.

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A debutante Ivete Sangalo dança com Gilberto Gil, um dos seus 15 príncipes, em homenagem às 15 edições do evento. Foto: Edgar de Souza.

No dia 17, circulei pelos diversos espaços e vi os shows de Estakazero (pairando entre o forró tradicional e eletrônico), Asa de Águia (com um Durval Lelys que faria um grande favor à nação se voltasse à Arquitetura, se é que me entendem), Luiza Possi (“nossa, como ela é linda e canta bem demais!”), Israel Novaes (a revelação do arrocha), Ivete Sangalo (a cantora que esteve em todas as 15 edições do evento), Araketu (a melhor banda de axé da vida, dessa vez com o retorno de Tatau aos vocais), Gusttavo Lima (o sertanejo mais fofo dessa nova safra) e Aviões do Forró (o melhor forró do Brasil). Críticas à parte, foi interessante conhecer os shows desses artistas e, principalmente, conhecer a megaestrutura de um evento que tem uma excelente organização. Questões como preço de ingressos, acesso, segurança e preço de bebidas e comidas geram problemáticas e fazem pensar ser uma loucura alguém comparecer a todos os dias, dado o alto custo. Talvez a loucura seja compreensível, já que essa é uma boa reunião de grandes artistas, mas, ainda assim, merecemos um festival que seja a representação da nossa música plural.

Post relacionado: Festival de Verão Salvador: cheio de histórias para contar.